Citações do Osho sobre Liberdade
A Liberdade Tem Dois Lados
Osho,
Curtir suas meditações deu-me a sensação de liberdade de não pertencer a nenhum lugar específico, país ou mesmo nacionalidade. É realmente genial. Me senti capaz de mover-me sem muito medo e de estar comprometido sem sentir-me aprisionado. Então por que, depois de nove anos, eu sinto uma tristeza amarga misturada com esta sensação de liberdade?
A liberdade tem dois lados e se você tem somente um lado dela, um único lado, você sentirá liberdade misturada com tristeza. Então você tem que entender toda a psicologia da liberdade.
O primeiro lado é liberdade de: nacionalidade, de uma certa igreja, de uma certa raça, de uma certa ideologia política. Esta é a primeira parte da liberdade, a base da liberdade. Sempre é de algo. Uma vez que você tenha alcançado esta liberdade, você se sentirá muito leve, muito bem e muito feliz. E pela primeira vez você começará regozijar-se em sua própria individualidade, porque sua individualidade estava coberta de todas aquelas coisas das quais você se tornou livre.
Mas isto é somente a metade e então logo virá a tristeza, porque a outra metade está faltando. A liberdade de está preenchida, mas liberdade para quê? Liberdade em si mesma não tem significado a menos que seja liberdade para algo, algo criativo – liberdade para esculpir, liberdade para dançar, liberdade para criar música, poesia, pintura. A menos que sua liberdade se torne uma realização criativa, você se sentirá triste. Porque você vai ver que você está livre, suas correntes estão quebradas, você não tem quaisquer algemas, você já não tem qualquer corrente, você não tem qualquer prisão, você está de pé sob a noite estrelada, completamente livre, porém para onde ir? Então vem uma tristeza repentina. Que caminho escolher? Até agora não havia nenhuma questão de ir a qualquer lugar – você estava aprisionado. Toda a sua consciência estava concentrada em como ficar livre, sua única ansiedade era como ficar livre. Agora que você está livre, um novo tipo de problema tem que ser enfrentado. O que fazer agora que você está livre?
Somente a liberdade em si mesma não significa nada, a menos que escolha um caminho criativo. Ou você vai mais fundo na meditação para auto-realização – é disso que eu estava falando: a não ser que você se torne como Premda, grávida – ou se você tem um certo tipo de talento que não foi permitido desenvolver por causa de seus grilhões - você não podia dançar porque seus pés estavam acorrentados. Se você tem um talento para ser um bailarino, então seja um bailarino. Então sua liberdade está completa, então o círculo está completo.
Liberdade de e liberdade para – isto não é algo novo que você está enfrentando. Está sendo enfrentado por cada pessoa que luta primeiro por liberdade e então de repente descobre: ‘Agora que eu estou livre, o que eu vou fazer?’ Até agora ele estava tão ocupado, tão comprometido, muito ocupado mesmo. Até em seus sonhos ele estava pensando somente em liberdade. E ele nunca pensou sobre o que ele irá fazer quando ele tiver a liberdade.
O que aconteceu é bonito. Mas algo mais é necessário. Você tem que se tornar um criador. Você tem que encontrar alguma criatividade que preencha sua liberdade, do contrário a liberdade é vazia. Você precisa criar algo ou descobrir algo. Trazer o seu potencial para a realidade ou ir para dentro para encontrar o seu ser, mas fazer algo com a sua liberdade.
Liberdade é somente uma oportunidade para você. Não é o objetivo em si mesma. Simplesmente lhe dá toda a oportunidade para fazer o que queira fazer. Agora você é livre e você se sente triste, porque você não usou esta oportunidade ainda. A meditação vai fazer, a música vai fazer, a escultura vai fazer, a dança vai fazer, o amor vai fazer. Mas faça algo com sua liberdade. Não fique apenas sentado com sua liberdade, caso contrário você ficará triste.
Osho, Sat-Chit-Anand: Truth-Consciousness-Bliss, Talk #14
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Minha Visão de Liberdade É Ser Você Mesmo.
Osho,
Por favor, explique o que você quer dizer com liberdade. Quando eu falo a respeito de liberdade, significa liberdade de algo ou liberdade para fazer algo; isso implica mais liberdade de escolha. Mas minha impressão é que consciência sem escolha precede a liberdade que você fala. Que tipo de liberdade não envolve escolha? Pode ser definida, ou é uma daquelas qualidades como amor que deve ser experienciado para ser entendido?
Liberdade de algo não é verdadeira liberdade. A liberdade para fazer tudo o que você quer fazer também não é a liberdade que eu estou falando.
Minha visão de liberdade é ser você mesmo.
Não é uma questão de conseguir liberdade de algo. Essa liberdade não será liberdade porque ela ainda é dada a você, há uma causa para isto. A coisa da qual você estava se sentindo dependente ainda está lá na sua liberdade. Você está penhorando ela. Sem ela você não teria sido livre.
A liberdade de fazer tudo o que você quer não é liberdade tampouco, porque querer, desejar fazer algo, surge da mente – e mente é sua escravidão.
A verdadeira liberdade, certamente, vem depois da consciência sem escolha, mas depois da consciência sem escolha a liberdade não é nem dependente de coisas nem dependente de fazer algo. A liberdade que segue a consciência sem escolha é a liberdade de apenas ser você mesmo E você já é você mesmo, você nasceu com isto, consequentemente não depende de mais nada. Ninguém pode dá-la a você e ninguém pode tirá-la de você. Uma espada pode cortar sua cabeça mas ela não pode cortar sua liberdade, seu ser.
É outra maneira de dizer que você está centrado, enraizado em seu ser natural, existencial. Não tem nada a ver com o exterior.
A liberdade de coisas é dependente do lado de fora. Liberdade de fazer algo também é dependente do exterior. A liberdade de ser puro, em última análise, tem que não ser dependente de nada fora de você.
Você nasce como liberdade. Você apenas foi condicionado a esquecer isto. Camadas após camadas de condicionamentos tem feito de você um fantoche. As cordas estão nas mãos de outra pessoa.
Se você é um cristão, você é um fantoche. Suas cordas estão nas mãos de um Deus que não existe, então somente para lhe dar a sensação de que Deus existe há profetas, messias, representando Deus. Eles representam ninguém. Eles são somente pessoas egoístas – e até o ego quer reduzí-lo a um fantoche.
Eles lhe dizem o que fazer, eles lhe dão os Dez Mandamentos. Eles lhe dão sua personalidade – que você é um cristão, um judeu, um hindu, um maometano. Eles lhe dão o assim chamado conhecimento. E naturalmente, sob o grande peso que eles começaram dar a você desde o começo de sua infância, a carga do Himalaia que você está carregando – debaixo dela, oculto, reprimido, está seu ser natural.
Se você pode livrar-se de todos os condicionamentos, se você pode pensar que você não é nem comunista, nem facista, que você não é um cristão nem um maometamo. Você não nasceu um cristão ou maometano, você nasceu somente consciência pura, inocente.
Estar novamente nessa pureza, nessa inocência, nessa consciência, é o que eu quero dizer com liberdade.
Liberdade é a experiência máxima da vida. Não há nada mais elevado que isso. E a partir da liberdade, muitas flores crescem em você.
O amor é o florescimento de sua liberdade.
Compaixão, outro florescimento de sua liberdade.
Tudo o que é valioso na vida floresce no estado inocente, natural de seu ser.
Então não associe liberdade com independência. Independência é naturalmente de algo, de alguém. Não associe liberdade com fazer coisas que você quer fazer, porque isso é sua mente, não você. Querendo fazer algo, desejando fazer algo, você está no cativeiro do seu querer e do seu desejo.
Mas você simplesmente é a liberdade sobre a qual eu tenho falado, – em completo silêncio, serenidade, beleza, benção.
Osho, From Death to Deathlessness, Talk #23
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Liberdade É Algo Interior.
Osho,
Durante quarenta e cinco anos eu vivi na prisão, na maioria das vezes feita por mim mesmo. Agora eu sei que é possível tornar-se mais e mais livre. Mas o que fazer, quando você sente que você necessita um lugar seguro, um bom clima para crescer? Outra prisão? Como ser livre em qualquer lugar, a qualquer tempo? Eu sinto sofrimento e rebelião em mim a respeito disso.
Liberdade não tem nada a ver com o exterior, você pode ser livre até numa prisão de verdade. Liberdade é algo interior, é da consciência. Você pode ser livre em qualquer lugar – algemado na prisão, você pode ser livre – e você pode não ser livre fora da prisão, na sua própria casa, visivelmente absolutamente livre, mas você será um prisioneiro se sua consciência não é livre.
Você está confundindo liberdade externa com liberdade interior. No que diz respeito ao lado de fora, você nunca pode se absolutamente livre – deixe isso ficar claro uma vez e para sempre. No que se refere ao exterior, você não está só, então como você pode ser absolutamente livre? Há milhões de pessoas ao seu redor. No lado de fora, a vida tem que ser uma transigência. Se você estivesse só na terra você seria absolutamente livre, mas você não está só.
Na estrada você tem que manter a esquerda. E Yvonne sentirá isto como uma grande escravidão: ‘Por quê? Por que tenho que ser forçado a estar na esquerda? Eu sou um homem livre. Se eu quero caminhar na direita eu caminharei na direita. Se eu quero caminhar no meio da rua eu caminharei no meio da rua’. Na Índia você pode fazer isto – a Índia é um país livre, lembre-se! É a maior democracia do mundo, então direita, esquerda, meio, qualquer lugar você pode caminhar.
Porém a liberdade de um homem torna-se problema para muitas pessoas. Você é livre para ser você mesmo, mas você não deve ser uma interferência na vida de outras pessoas.
Um homem de entendimento respeitará sua liberdade tanto quanto ele respeitará a liberdade dos outros, porque se ninguém respeita sua liberdade, sua liberdade será destruída. É um entendimento mútuo: ‘Eu respeito sua liberdade, você respeita minha liberdade, então ambos podemos ser livres’. Mas isto é uma transigência. Eu tenho que não interferir em seu ser, eu não sou livre para violar você.
Você quer cantar alto no meio da noite. Naturalmente você é uma pessoa livre, e se você não pode cantar alto em sua própria casa, que tipo de liberdade é esta? Mas os vizinhos também tem que dormir, então tem que haver uma transigência.
No lado de fora nós somos interdependentes. Ninguém pode ser absolutamente independente. Vida é uma interdependência. Não somente com pessoas você é interdependente, você é interdependente com tudo. Se você cortar todas as árvores você morrerá porque elas estão constantemente suprindo você com oxigênio. Você é dependente delas – e elas são dependentes de você porque você está constantemente dando-lhes dióxido de carbono. Nós inalamos oxigênio e exalamos dióxido de carbono; as árvores fazem justamente o oposto, elas exalam oxigênio e inalam dióxido de carbono.
Então quando pessoas como Mahendra estão fumando, as árvores devem se sentir tremendamente felizes porque mais dióxido de carbono está sendo criado para elas! Escutando-me essas árvores estarão se sentindo muito tristes, que eu esteja falando para você ir para a causa raiz disto e então o fumar desaparecerá. Isso significa que as árvores não irão obter tanto dióxido de carbono como antes!
Nós somos interdependentes, não somente com as árvores – com o sol, com a lua, com as estrelas. Tudo é uma interdependência...
Na existência tudo é interdependente, então você não pode ser totalmente livre no lado de fora – e também não há necessidade.
Curta esta interdependência. Não a chame de escravidão. Não é dependência, é interdependência. Você é dependente de outros, outros são dependentes de você. É uma irmandade, é relacionamento. Mesmo a menor folha de grama está relacionada com a estrela maior.
Mas no mundo interior, no reino interior, você pode ser absolutamente livre. Então toda a questão é do interior. E então, Yvonne, você não se sentirá triste e revoltado, não há necessidade. Entenda isto que a interdependência externa é um dever, é inevitável; nada pode ser feito a respeito. É parte de como as coisas são. Aceite. Quando nada pode ser feito a respeito, aceitação é o único caminho. E aceite isto alegremente, não como uma resignação. Aceite! Isto é nosso universo, nós somos parte dele. Nós não somos ilhas, nós somos parte de todo o continente. Nós não somos egos.
Yvonne, sua idéia de liberdade está enraizada em algum lugar na idéia do ego. Nós não somos egos. O ego é uma entidade falsa – porque nós não somos separados, como nós podemos ter egos? É bom no que se refere a linguagem, é útil usar a palavra eu, mas ela não tem substância em si. É pura sombra, totalmente vazia. Uma palavra útil, utilitária mas não real. A liberdade interior é possível. Ela acontece quando você vai mais e mais profundo na consciência. Observe seu corpo, observe seu processo de pensamento.
Ainda no outro dia Buddha estava dizendo: Observe, seja uma testemunha de todo o processo de seus pensamentos. E devagar, devagar você verá que você não é a raiva, nem a cobiça, nem hindu, nem maometano, nem cristão, nem católico, nem comunista. Devagar, devagar, você estará consciente que você não é nenhum pensamento – você não é a mente em absoluto. Você é uma testemunha pura. A experiência do puro testemunhar é a experiência da liberdade total, mas é um fenômeno interno. E um homem que está totalmente livre internamente não anseia ser livre externamente. Ele é capaz de aceitar a natureza como ela é
Yvonne, crie a liberdade interior através do testemunhar. Sannyas é somente para a liberdade interior. Viva a partir da liberdade interior e então você será capaz de ver a interdependência do lado de fora. É bonito, e é uma benção. Não há necessidade de se rebelar contra. Relaxe nela, entregue-se a ela. E lembre: somente uma pessoa que é realmente livre pode se entregar.
Osho, The Dhammapada: The Way of the Buddha, Vol. 9, Talk #4
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O Que Eu Quero Dizer Quando Digo Apenas Liberdade?
A liberdade pode ser de três tipos, e esses três tipos tem que ser bem entendidos. A primeira é liberdade de, a segunda é liberdade para e a terceira é somente liberdade – nem de nem para. A primeira, liberdade de, é uma reação. É orientada pelo passado, você está lutando contra o passado, você quer se livrar dele, você está obsecado com isso.
A psicoanálise tenta dar a você essa liberdade, liberdade de – dos traumas passados, feridas da infância. A terapia primal é fundamentada basicamente no passado. Você tem que ir para trás para libertar-se do passado, você tem que chegar ao primeiro grito primal, então você estará livre. Liberdade significa – para a terapia primal, para a psicanálise e para outras terapias - que o passado tem que ser descartado. Você tem que lutar com ele, você tem que gerenciar de alguma forma, desembaraçar-se do passado, então você estará livre.
No que se refere a liberdade, Karl Marx e Sigmund Freud não são opostos entre si, ambos estão de acordo. Karl Marx diz que a pessoa tem que tornar-se livre do passado, de todas as estruturas sociais passadas, estruturas econômicas. Seu enfoque é político; o enfoque de Freud é psicológico, porém ambos estão enraizados na idéia da liberdade de.
Todas as reformas políticas são reações – e quando você reage você nunca está livre. Isto deve ser entendido. Isto lhe dá somente uma aparência de liberdade, mas nunca a verdadeira liberdade. A partir da reação, a liberdade total não é possível. A partir da reação, a verdadeira liberdade não é possível. E somente a liberdade total é a verdadeira liberdade.
Você pode ir contra o passado, mas apenas por estar contra ele você é capturado pela porta traseira. É por isso que tem acontecido repetidas vezes que, seja lá com quem você esteja lutando, você se torna como ele. Eleja seus inimigos com muito cuidado, porque você vai ser determinado por eles! Lutando com eles, obviamente você terá que aprender suas estratégias. Você terá que aprender suas táticas, você terá que aprender o caminho deles. Devagar, devagar, os inimigos se tornam muito parecidos – mais parecidos do que amigos...
A segunda idéia é liberdade para, que é orientada para o futuro. A primeira é política, a segunda é mais poética, visionária, utópica. Muitas pessoas tem experimentado isso também, mas isso também não é possível, porque orientado para o futuro você não pode viver no presente – e você tem que viver no presente. Você não vive no passado, você não vive no futuro, você tem que viver no presente.
Visionários só imaginam Eles imaginaram utopias lindas, mas essas utopias nunca se tornam realidade, não podem se tornar realidade.
Se você reagir ao passado, você é determinado pelo passado. Se você esquece o passado e olha para o futuro, ainda assim você está sendo guiado pelo passado, só que você não está consciente dele. Olhando para o futuro você sonha lindos sonhos, mas eles não podem mudar a realidade. A realidade permanece a mesma, sonhos são muito ineficazes, impotentes.
A primeira, liberdade de, é uma reação. A segunda, liberdade para, é revolução. A terceira, somente liberdade, é rebelião. Está orientada para o presente. A primeira é política, a segunda é poética , a terceira é mística, religiosa.
O que eu quero dizer quando digo apenas liberdade? Nem a favor nem contra, sem passado, sem futuro, somente estar aquiagora, somente vivendo momento a momento sem ideologia, sem utopia.
O sannyasin verdadeiro, o místico verdadeiro, não é contra o passado , e não está para o futuro. Ele está tão totalmente absorvido pelo presente que ele não tem tempo nem energia, para passado e futuro. É assim que nasce o rebelde.
O rebelde é o fenômeno mais bonito do mundo. Buddha é um rebelde, Jesus também é, Atisha é um rebelde, Kabir também é. Eles são rebeldes. Você vai interpretá-los mal se você pensa que eles foram revolucionários; eles não eram. Nem eram reacionários. Sua orientação é totalmente diferente, sua orientação é agora, aqui. Eles não vivem por nenhum ideal, e eles não vivem contra nenhum ideal. Eles não tem nenhuma idéia, não existe ideologia em sua consciência.
A mera pureza deste momento – eles a vivem, eles a curtem, eles a cantam, eles a dançam. E quando o próximo momento chega, eles vivem o próximo momento com o mesmo júbilo, com a mesma alegria. Eles se movem momento a momento, eles não planejam nada adiantado.
Osho, The Book of Wisdom, Talk #25
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Quando A Consciência Chega e a Luz Chega, Então Há Liberdade
Até o primeiro tipo de liberdade, pelo menos, finge que há algum objetivo. Até o político diz: ‘Nós estamos lutando para ser livres – deste tipo de sociedade, deste tipo de estrutura, deste tipo de política. Nós estamos lutando para ser livres desta sociedade somente para criar outra sociedade. Nós estamos lutando por algum objetivo, algum valor, alguma utopia, alguma ideologia. Mesmo ele tem que fingir isso, porque o negativo não pode existir sozinho, pelo menos tem que ser falado a respeito do positivo. Então o comunismo fala sobre a sociedade sem classes, utopia, onde tudo será bonito, onde o paraíso terá descido na terra. Vai levar uma infinidade, mas esse objetivo tem que ser dado. Caso contrário as pessoas não lutarão por uma liberdade negativa.
Então o negativo implica no positivo e vice-versa, o positivo implica no negativo. Quando você quer se tornar um pintor e seus pais não estão de acordo e sua sociedade pensa que é insensato, você tem que lutar com eles. Então a liberdade para terá algo a ver com a liberdade de, ambas estão juntas.
A verdadeira liberdade é do terceiro tipo, a liberdade transcendental. O que é isso? Não é nem de nem para, é simplesmente liberdade. É apenas liberdade. Isso é moksha: só liberdade. Não é contra ninguém – não é uma reação, nem para criar um futuro – não há objetivo. A pessoa simplesmente gosta de ser ela mesma, para seu próprio bem, é um fim em si mesma.
A liberdade de cria o político, o reformador, o servo social, o comunista, o socialista, o fascista. Liberdade para cria o artista, o poeta, o bailarino, o músico. E só a liberdade por si mesma cria o sannyasin, a pessoa espiritual, o verdadeiro religioso.
Sua pergunta é: ‘Nós devemos ser livres. Contudo onde termina a liberdade e onde começa o egoísmo?’ As primeiras duas são egoísmo, orientadas ao ego. A primeira, liberdade de é verdadeiramente egoísta, porque tem que lutar contra. É violenta, tem que ser muito egoísta. Tem que desobedecer, tem que destruir, tem que conspirar contra o status quo. Necessita um grande ego. O político não é mais que puro ego.
A segunda, liberdade para também tem ego, mas mais delicado, mais sutil, não tão bruto como o dos políticos. O músico também tem ego, mas mais delicado, suave, mais distinto. O poeta também tem ego, mas agradável, doce, não tão amargo como a primeira. Ambas são expressões do ego.
Somente na terceira, pura liberdade – nem a favor nem contra - não tem ego e não tem egoísmo, porque a terceira liberdade acontece somente quando o ego se evaporou. Se o ego ainda está ali, a liberdade pode ser ou a primeira ou a segunda. A terceira requer como base o fenômeno de desaparecimento do ego, fana. É preciso compreender o ego para atingir a terceira liberdade.
Observe os caminhos do ego. Continue observando. Não há necessidade de lutar por, não há necessidade de lutar contra, somente há uma necessidade: observar e estar alerta de como o ego funciona, seu mecanismo. E devagar, devagar, a partir dessa consciência, um dia o ego não será mais encontrado. Porque o ego somente pode existir na inconsciência. Quando chega a consciência e chega a luz, o ego desaparece como a escuridão. E então há liberdade. Essa liberdade não conhece o ego.
E essa liberdade é amor e essa liberdade é Deus. Essa liberdade é nirvana, essa liberdade é verdadeira. Nessa liberdade você existe em Deus, Deus existe em você. Então nada errado pode acontecer através de você. Então sua vida é virtude. Então sua própria respiração é meditação. Então você caminha e ela é poesia. Então você senta silenciosamente e ela é dança. Então você é uma benção para o mundo. Você é abençoado.
Osho, The Secret, Talk #6
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Liberdade de Si Mesmo é a Liberdade Definitiva
Buda é o único homem que disse: ‘Se Deus não existe e o ego não existe, o ser também é arbitrário, artificial.’ Conforme você se aprofunda em sua interioridade, você de repente encontra-se desaparecendo na consciência oceânica. Não há ser como tal. Você não é mais, somente a existência é.
Por isso, eu chamo o Zen essencialmente de liberação de si mesmo. Você ouviu a respeito de outras liberdades, mas liberdade de si mesmo é a liberdade definitiva – não ser, e permitir que a existência se expresse em toda sua espontaneidade e grandeza. Mas é a existência, não você, não eu. É a própria vida dançando, não você, não eu.
Esse é o Zen Manifesto: liberação de si mesmo.
E somente o Zen tem refinado, nesses vinte e cinco séculos, métodos, dispositivos para lhe tornar consciente que você não é, que você é somente arbitrário, só uma idéia.
Conforme você vai além da mente, mesmo a idéia do ‘eu sou’ desaparece. Quando o ‘eu’ também desaparece e você começa sentir um profundo envolvimento com a existência, sem fronteiras, somente então o Zen floresceu em você. De fato, esse é o estado, o espaço da consciência desperta. Mas ele não tem um ‘eu’ no centro, nenhum atman, nenhum ser.
Para tornar claro para você: Sócrates diz: ‘Conhece-te a ti mesmo’. Buda Gautama diz: ‘Conhece – somente conheça, e você não encontrará você mesmo’. Entre mais profundamente em sua consciência, e quanto mais profundo você vai, seu ser começa se dissolver. Talvez essa seja a razão por que nenhuma das religiões exceto o Zen, tentou a meditação – porque a meditação destruirá Deus, destruirá o ego, destruirá o ser. Isso vai deixar você no nada absoluto. É somente a mente que faz você ter medo do nada.
Osho, The Zen Manifesto: Freedom from Oneself, Talk #1
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Fonte:https://www.osho.com/pt/citacoes-portugues/osho-cita%C3%A7%C3%B5es-liberdade
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