O TRABALHO DE OSHO NO BRASIL - DEPOIMENTOS

 

O Trabalho do Osho no Brasil

- depoimentos -
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      A proposta desta seção é ser um canal para depoimentos de pessoas que que se dedicam ao que chamamos de uma maneira abrangente "O Trabalho do Osho no Brasil". Uma questão delicada e polêmica, sobretudo por que Osho não está mais em seu corpo para responder de forma documentável aos questionamentos que surgirem, nem para referendar ou rechaçar as eventuais colocações que pretendemos que aqui sejam feitas.

      Permanece aberto um convite a todos os nossos leitores, sannyasins e amigos do Osho, para que nos escrevam manifestando seus pontos de vistas a respeito das questões aqui levantadas, principalmente aqueles que se sentem envolvidos e comprometidos de alguma forma com o trabalho do Osho. Essas manifestações irão constituir a matéria que pretendemos estar divulgando nesta seção nos próximos números.  

      A manutenção desta seção depende exclusivamente das respostas que recebermos a este convite. Esta é uma seção interativa.

      Neste mês recebemos quatro depoimentos.

 

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Depoimento da Dilkusha:

   Embora tenha "encontrado" Osho em 1997, portanto, há nove anos atrás, eu nunca havia experimentado suas meditações. 
   
Meu encontro com Osho se dava sempre através dos seus livros e, quando descobri os sites do Osho Brasil e do Osho Sukul, através dos textos alí disponíveis.
   
Já havia procurado por um centro de meditação Osho em São Paulo, mas não consegui descobrir nenhum e acabei deixando a idéia de lado. Até que no inicio deste ano, o Subuddha enviou ao Conexão, um belo e entusiasmado relato de sua experiência em Poona e, para minha alegria, anunciava ali seu propósito de abrir um Centro Osho de meditação em São Paulo.
   
Aderi imediatamente à sua proposta e juntamente com algumas outras pessoas, acabamos iniciando nossos encontros no Espaço Oasis onde, soubemos então, o Taza já ministrava as meditações do Osho. 
   
Aos poucos nosso projeto inicial de alugar um imóvel para montar o Centro foi se confrontando com uma realidade bem mais difícil do que imaginávamos, principalmente pela questão financeira.
   
O mais importante para mim foi a descoberta das meditações do Osho. Em muitos anos de prática meditativa tradicional, jamais havia experienciado algo tão intenso e, ao mesmo tempo, tão pleno de leveza e prazer.
   
Nesse meio tempo tornei-me sanyassin e tenho procurado a cada dia tornar os ensinamentos do Mestre uma realidade sempre presente em minha vida. Não é nada fácil, a jornada de encontro ao nosso verdadeiro ser é cheia de percalços e armadilhas. 
   
Mas o que realmente importa é que sinto a presença e o amor do Osho o tempo todo comigo, não apenas nos momentos em que estou meditando. Em todas as horas do meu dia, sua luz é uma fonte de inspiração.
   
Nosso projeto do Centro ainda não se concretizou, mas tenho a certeza de que ele acontecerá. Estamos nos reunindo num espaço pequeno, ainda somos poucos, porém o desejo de que a mensagem do Mestre se espalhe e alcance cada vez mais pessoas está sempre presente.
   
A experiência que as meditações de Osho proporcionam se tornou imprescindível para mim e será muito bom poder vivenciá-la com cada vez mais pessoas.
   
um grande abraço
   
Dilkusha
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Depoimento do Ashara:

                                Qual o objetivo do FESTIVAL AMIGOS DO OSHO?  

   Esta foi uma pergunta que nos chegou de uma pessoa interessada em participar do próximo Festival Amigos do Osho, em Fortaleza, de 28/12 a 01/01.  
   Eu poderia simplesmente responder que é para meditar, celebrar e fazer amigos.  
   Mas refletindo mais sobre essa pergunta achei que seria importante ter o objetivo do Festival mais claro e definido. Então, várias outras perguntas me vieram, como: O que é meditação? O que é ser um discípulo do Osho? O que é um Osho Centro de Meditação? Qual é a importância da visão 

do Osho para o mundo atual? Como essa visão está sendo difundida? Quem são as pessoas que estão trabalhando nessa difusão?  Qual é a experiência dessas pessoas que vivem a visão do Osho? O que estão fazendo para isto? Como podemos nos juntar a esse time (caso você sinta que quer)?  
   Estas são perguntas e questões que eu gostaria que fossem temas para serem abordados durante o Festival. O objetivo não é mudar o ponto de vista de ninguém, porém abrir novas possibilidades para expandirmos o alcance da visão do Osho no planeta e dentro de nós mesmos.  
   Acho que podemos fazer isso, simplesmente ouvindo a experiência pessoal de cada um que viveu e vive de alguma forma a conexão com o Osho, sua visão e suas meditações.  

   Vou adiantar um pouco da minha experiência pessoal como exemplo do que podemos compartilhar.
   Conheci o Osho em 84 e depois de poucos meses de leitura e meditação fui fortemente atraído para visitar a sua comunidade no norte dos EUA. Lá tomei sânias (me tornei discípulo) e fiquei deslumbrado com a beleza daquela comunidade e daquelas pessoas. Era como se eu tivesse descoberto um outro mundo.  
   De volta para Fortaleza encontrei um grupo de amigos que toparam criar nossa própria comuna, que chamamos de Orange House (A Casa Laranja) em homenagem às cores que vestíamos nessa época.  
   Vivi em minha jornada com o Osho vários picos de êxtase, totalidade e muito preenchimento, mas por outro lado vivi também vales profundos de sofrimento, desesperança e frustração.  
   Na nossa pequena comunidade em Fortaleza vivi o primeiro grande pico de preenchimento... e depois de algum tempo, vivi também um grande vale de frustração.  
   Osho havia sido preso nos EUA e foi obrigado a deixar o país (*). Imediatamente a nossa pequena comuna se desestruturou e da mesma forma várias outras comunas do Osho no mundo inteiro. Os saniasins se afastaram e eu fiquei ‘boiando’ por pelo menos um ano. Até que o Osho assentou novamente na Índia e novamente recebi o chamado.  
   Fui um dos primeiros a chegar na comuna em Puna (hoje Osho Meditation Resort). Comprovei que o que eu havia vivido até então não era nada comparado a tudo que estava por vir. De 87 a 2000 vivi uma escalada de consciência que me levou às alturas. Nem mesmo a morte do Osho em 90 abalou essa acessão. Eu me sentia escalando os Himalaias, espiritualmente falando. Nessa época eu já me tornara um dos terapeutas e líderes de meditação da comunidade e eu realmente me sentia vivendo nas alturas.  
   Até que em 2000 veio o segundo grande vale que durou aproximadamente quatro anos. As razões desse segundo vale foram muitas, mas uma particularmente me pegou. Eu queria continuar vivendo em Puna, bebendo na fonte a energia do Mestre. Podiam dizer que Osho estava em todo lugar, mas para mim, aquele lugar era o espaço mais lindo e energético do planeta. Lá eu me sentia e ainda hoje, me sinto em casa.
 No início tentei me agarrar desesperadamente em algum galho. Era exatamente a época em que começou o mercado de oferecimento de ‘iluminações intensivas’ e eu quase fui atraído por um deles. Um fato interessante é que o mesmo valor que eu tinha para investir em um curso de supervisão na Osho Multiversity era cobrado por um desses cursos de iluminação, exatamente o mesmo valor. Eu ouvia o Mestre me dizer: “Você tem duas opções, mas a escolha é sua”. Escolhi a supervisão e hoje sinto que fiz a escolha certa. Esse é um bom exemplo das centenas de piadas cósmicas que a existência me pregou no decorrer desses anos.  
   Vivi esse vale por alguns anos e pouco a pouco uma luz no fim do túnel começou a aparecer. Foi quando veio a decisão juntamente com minha parceira de trocarmos nossa casa por um sítio, onde construímos uma outra casa e o que hoje é o Estação Zen.  
   Nesse segundo vale sinto que penetrei conscientemente no fundo do poço e me sinto saindo de lá fortalecido e com muito mais confiança na vida. Me vejo frequentemente perguntando a mim mesmo, na hora de uma decisão importante: “O que eu tenho a perder?” Sinto que passei conscientemente por um vale bem profundo e isso me deixou mais confiante e com coragem de arriscar mais.  
   Hoje eu compreendo o poder que tem a meditação e o poder que tem a conexão com um Mestre. Porque houve momentos na minha jornada espiritual em que eu me vi sozinho na escuridão e se não fosse a luz da minha própria consciência e o Mestre sussurrando no meu ouvido frases como: “Vá um pouco mais... Aceite esse momento... Isso também passará”, eu  certamente não suportaria esses momentos e recuaria ou me apegaria em qualquer galho seco na descida do abismo.  
   E hoje a quantidade de galhos secos que estão sendo ofertados no mercado é enorme. Tem galho seco se dizendo iluminado, galho seco oferecendo toda sorte de terapia, galho seco usando as palavras do Osho sem ao menos indicar a fonte e toda sorte de ‘tronchura’.  
   Mas confesso que, acima de tudo isso, estou vivendo um momento de muito amor, clareza, preenchimento e paz interior. Curtindo minha mulher, meu filho, muitos amigos e preparando este espaço – Estação Zen - para continuar sendo mais um campo de consciência do planeta. Um Campo Búdico ou simplesmente um Campo Osheânico. Não significa que não vivo também momentos de aflição, raiva e desesperança, mas esses momentos estão perdendo gradualmente a força sobre mim. E o que sobra é puro prazer e deleite.  
   Este é então nosso convite a você que vive, simpatiza ou quer conhecer a visão do Osho.  
   Venha meditar, curtir e celebrar conosco neste final de ano!!!  
   Muito amor, paz e consciência,  
   Swami Prem Ashara  
   Estação Zen < www.e-zen.com.br >

(*) Veja mais sobre a trajetória do Osho no seu magnífico livro Autobiografia de um Místico Espiritualmente Incorreto.
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Depoimento de Ma Anand Chandra:

Minha Experiência com Osho

   No final de 89 eu estava me preparando para viajar para Puna e as pessoas à minha volta me perguntavam: “Mas Índia?! O que é que você vai fazer na Índia?” Aí então quando eu desanimava, pegava meus dois livros de Osho de cabeceira, Raízes e Asas e A Arte de Morrer. E o entusiasmo me voltava e a decisão de viajar para Puna ficava mais forte.
   Eu havia feito recentemente no Rio um grupo que durou dois anos e meio, com dois sannyasins, Satbodi e Jiwan Maria e eu estava começando a ler Osho de uma forma diferente do passado, em que a mídia arrasava Osho como “o guru do sexo” e outras etiquetas depreciativas.
   Eu na verdade queria ir para a Osho Commune conhecer esse homem que me tocava muito como mulher, pelo respeito e admiração profundos que ele tinha pelas mulheres; e queria também experiênciar o enfoque da terapia na comunidade, pois apesar de trabalhar naquela época como médica pediatra eu também trabalhava com hipnose.
   Mas eu estava completamente determinada a não tomar Sannyas e a não pertencer a nenhum grupo, pois no passado eu havia sido comunista e pude realizar que nada havia mudado realmente na União Soviética.
   Osho vinha todas as noites no pódio do Budha Hall, onde milhares de pessoas de branco cantavam e dançavam, se entregavam e gritavam Osho. E para minha surpresa eu também. Era uma loucura linda que na época eu não compreendia; e no quarto dia me veio uma decisão: “Vou tomar Sannyas.” E assim foi. Eu tive muita sorte de ter encontrado como amigo um Sannyasin Sulafricano, Vishrant, que já há catorze anos estava com Osho, a quem eu na minha ingenuidade perguntava muitas questões sobre Osho e Sannyas.
    Osho tinha muita dor, ele havia sido irradiado numa prisão dos Estados Unidos, por ser um “homem perigoso” para o sistema e a sua saúde estava se deteriorando; mas mesmo assim ele vinha todas as noites no Budha Hall, estimulando as pessoas com a sua energia poderosa, dançando com elas e depois se sentava na sua cadeira branca, fazia a sua meditação; e tudo era silencio.
   Às vezes ele não aparecia por causa da dor, mas já estava preparando seu povo para quando ele não estivesse mais no corpo. E ficávamos lá com a cadeira vazia, celebrando e meditando.
   Um mês e meio depois da minha chegada a Puna,em 19 de Janeiro de 1990, nós brasileiros estávamos nos preparando para fazer um show de lambada à noite para arrecadar fundos para o Osho Times Brasileiro, quando chegou a notícia que nós não queríamos acreditar: Osho havia deixado o corpo. Foi um choque.
   Era uma noite gelada em Puna e nós acompanhamos Osho pelas ruas cantando, dançando, chorando e celebrando, assim como ele queria que fosse, até chegarmos ao forno crematório.
   Como uma Sannyasin recente eu não pude naquela época sentir e avaliar completamente a perda do meu Mestre Iluminado Osho.
   Voltando no fim do mesmo ano e assistindo os discursos no Robe Branco no Budha Hall, foi aí que eu senti a perda profunda do Mestre e chorei muito, a dor que não havia chorado antes.
   Em muitas idas e vindas de Puna para o Brasil, do Brasil para Puna, em que eu permanecia às vezes três meses, 06 meses e até mesmo 01 ano, trabalhando, fazendo treinamentos, conhecendo gente de todas as partes do mundo e a mim mesma, eu fui aos poucos compreendendo a visão de vida e de consciência que Osho ensinava; apesar de meus questionamentos e resistência, mas também aceitação e entrega; senti também como é importante trazer os seus ensinamentos para o Brasil, ter um Centro de Meditação de Osho perto de mim, compartilhar com as pessoas aquilo que eu aprendi e que ainda estou aprendendo.
   E o que estou aprendendo, é que é importante trazer a meditação para nossa vida diária, relaxar no que está aí, observar sem se julgar. E se amar com tudo que somos, assim como é.

Anand Chandra, foi iniciada em 31 de Dezembro de 1989 em Puna. No certificado estava escrito Bliss Shining;
Médica pediatra ,trabalhou muitos anos com crianças e bebês em 2 hospitais federais. 
Mestre Reiki, há 12 anos trabalha como terapeuta.
Trabalha com sessões individuais de Reiki, Leitura de Chakras e Energia, Raízes e Asas, Gestalt, Animus-Anima (Masculino-Feminino), Aconselhamento, Terapia da Respiração, Leitura e Massagem de Aura-Soma, Metamorfose(trauma fetal), Experiência Somática -prevenção e cura de stress e trauma, Canalização.
É facilitadora dos seguintes Workshops: Seminários para Transformação de Tensão e Stress, A Mágica do Coração, Iluminando Corpomente, a Alquimia da Respiração, Zen.Teatro da Consciência, A Linguagem Esquecida, Falando com o Corpo, Não Mente, Reiki, A Roda da Vida e da Morte que este ano vai acontecer em 24 de Novembro residencial.
Treinamentos de que participou em Puna-Índia:
Esoteric Training e Metaphysical Reading com Wadud e Waduda (Ciência Esotérica e Leitura de Energia), Counseling (Aconselhamento), Breath Training com Devapath (Terapia da Respiração), Accepting Death Training, com Veetman (Aceitando a Morte), Celebrating Life, Celebrating Death com Maneesha, (Celebrando a Vida, Celebrando a Morte), Hypnosis Training (treinamento de Hipnose), No-Mind (Não -Mente), Aura-Soma Level 1 and Intermediate (Nível Básico e Intermediário de Aura -Soma), How to lead a Seminaire for Transformation of Tension and Stress (Como dirigir um seminário para a transformação de tensão e stress), Family Constellation Training (Treinamento de Constelação Familiar), Actor´s Training com Prasadam (Treinamento de ator), Theater Director Training com Jivan Mary (Treinamento de Direção de Teatro), Talking to the Body Training com Madita (Falando com o Corpo), Mestrado em Reiki em 1995.
Em Londres, Metamorphic Thecnique Training (Metamorfose-trauma fetal).
No Brasil, mas tendo começado o básico em Puna, Somatic Experience, for preventing and Healing Traumas(Experiência Somática-Prevenção e Cura de traumas ). 
Em Portugal dirigiu A Mágica do Coração e o Reiki 1 no Centro de Meditação em 95 e 96; na Holanda em 98, em Haia, A Roda da Vida e da Morte;na Bulgária, Sofia, em 2000, A Mágica do Coração; na Rússia em 2002 em São Petersburgo, A Roda da Vida e da Morte e também uma noite de Zen Theater.
Contatos com Chandra: Telefones:2205-8835, 9448-0895, e-mail:anandchandra99@hotmail.com 

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Depoimento do Rafeek

    Gostei muito do espaço no Osho Conexão "O trabalho do Osho no Brasil”. Ranvita e Eu (Rafeek) recebemos o Sannyas em 1984 em Rajeneesh Puran, desde então fomos várias vezes para Poona e temos trabalhado aqui em Mogi das Cruzes (SP) com as meditações do Osho e muitas pessoas se transformaram e pediram sannyas. Em 1986 recebemos do Osho o nome Champa Rajeneesh Sannyas Ashram, para nosso espaço.Depois que o Osho deixou o corpo muita coisa mudou em Poona e teríamos que recredenciar nosso espaço, mas recebemos diretamente do mestre em Poona este nome, e ficamos trabalhando assim. A Ranvita lançou um livro "Os místicos" que na verdade é nossa história nesta busca nestes 22 anos de sannyas.Tem sido muito gratificante esta busca, e sempre aconteceu muitas mudanças em nossas vidas (incluindo 03 filhos e três netos...) Hoje somos sannyasins avós... Nosso amor pelo Osho é cada vez maior e continuamos a trabalhar juntos ou individualmente. 
Rafeek 

Fonte:https://www.oshobrasil.com.br/conexaodepoimentos43.htm

O Trabalho do Osho no Brasil

 

      A nossa proposta é inaugurarmos neste número uma nova sessão que trate do Trabalho do Osho no Brasil. Uma questão delicada e polêmica, sobretudo por que Osho não está mais em seu corpo para responder de forma documentável aos questionamentos que surgirem, nem para referendar ou rechaçar as eventuais colocações que pretendemos que sejam feitas pelas pessoas envolvidas no que poderemos chamar de uma maneira abrangente “O Trabalho do Osho no Brasil”.

      Estamos convidando a todos os nossos leitores, sannyasins e amigos do Osho, que nos escrevam manifestando seus pontos de vistas a respeito das questões aqui levantadas, principalmente aqueles que se sentem envolvidos e comprometidos de alguma forma com o trabalho do Osho. Essas manifestações irão constituir a matéria que pretendemos estar divulgando nesta seção nos próximos números.

      Sabemos, também que é possível que o material que estamos publicando nesta edição não estimule ninguém a nos escrever e assim não teremos matéria para esta seção nos próximos números. Se assim ocorrer, a seção morrerá no nascedouro.

      Para dar início ao que pretendemos ser uma seqüência de matérias, apresentamos dois depoimentos de coordenadores de Centros de Meditação Osho: O primeiro do Ashara que coordena o Centro de Fortaleza (o Estação Zen), que aproveita para lançar a idéia de um Festival dos Amigos do Osho, na virada do ano, em Fortaleza-CE. O segundo depoimento é do Champak, que além de coordenar o Centro de Brasília (o Osho Center) acumula a função de editor deste boletim.

 

Depoimento do Ashara:

      Em setembro tivemos o último encontro da Escola de Mistérios de Fortaleza, em 2006.  As fotos ao lado demonstram claramente como está a energia do grupo. Foi um final de semana de muita celebração, encontro com amigos, abertura e amorosidade.
      Agradecemos ao Prashanto por estar compartilhando a sua energia e compreensão conosco e com muitas outras Escolas de Mistérios pelo Brasil afora.
      Durante o trabalho senti necessidade de colocar algumas palavras e vendo o tema do discurso do Osho deste mês, no boletim, me veio o impulso de compartilhar aqui também.
      Todos sabem que sou um amante do Osho e da visão dele e todo o meu trabalho está direta ou indiretamente focado nessa visão. Tenho, desde 87 trabalhado com Centros de Meditação do Osho e aconteceu disso se transformar no meu trabalho e a minha missão nessa vida, pelo menos até hoje. Estou cada vez mais feliz e realizado por poder compartilhar a visão do meu Mestre com amigos e clientes. Sinto que isso me engrandece, me fortalece e alimenta o meu crescimento pessoal.
      Mas o que também falei durante o encontro da Escola foi que sinto que a grande maioria dos discípulos e amigos do Osho vivem essa visão de forma muito isolada e isso nos enfraquece individualmente e não fortalece os pequenos grupos que se reúnem aqui e ali.


      Certa vez falei isso pra um pequeno grupo de saniasins e ouvi depois comentários que eu estava querendo ser um missionário e querendo formar uma igreja em torno do Osho. Esse talvez seja o grande medo que nos impede de trabalhar juntos, o medo de não querermos cometer o mesmo erro que cometeram todas as grandes religiões do passado e do presente: dogmatizar os ensinamentos de liberdade, amororosidade e religiosidade de grandes Mestres espirituais.
Respondi então que criar uma nova religião não é de forma alguma minha pretensão, mas sinto claramente a necessidade de estarmos trabalhando, vibrando, celebrando juntos e fortalecendo o Campo do Osho em mais e mais lugares nesse planeta
      Sinto que muita gente já está bem consciente para dar esse salto: o de não ter medo da possibilidade de criação de outra religião em torno do Osho. E até acho que algumas vão se formar (se já não se formaram). Mas se você está cada vez mais meditativo e consciente, essa possibilidade jamais vai acontecer. Compreendemos que toda religião é baseada única e exclusivamente no medo de estar só, e meditação é a fórmula essencial para estarmos num profundo estado de solitude, isto é, sós e completamente preenchidos.

      Mas pra não ficar somente no verbal e para aqueles que se sintonizem com essa mensagem, estamos lançando a idéia de um grande encontro nacional de saniasins e amigos do Osho - o FESTIVAL AMIGOS DO OSHO - FORTALEZA, aqui no Osho Centro Estação Zen, de 28 de dezembro/06 a 01 de janeiro/07, pra celebrarmos juntos a entrada de 2007 e fortalecermos o Campo do Osho aqui e em todo o Brasil.
      Vejam (basta clicar) na 
NOSSA CAIXA DE ENTRADA, o anúncio do evento.
      O que vocês acham? Aguardo perguntas, comentários e sugestões!
      Muito Amor para todos
      Ashara e equipe do Estação Zen.

PS. Adorei quando escrevi esta mensagem para o Champak e ele gostou e está nos dando a maior força. Nesse momento isso já me dá um incentivo adicional para eu começar a trabalhar com alegria e entusiasmo na preparação desse projeto. Isso mesmo que o Mestre nos ensina: "Fazer com prazer"!

      Paz e alegria e muito prazer para todos!

 


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Depoimento do Champak: Por que um Osho Meditation Center?

      Eu tenho uma maneira muito simples e muito objetiva de ver as coisas. Sinto que às vezes é simples e objetiva em demasia. Isto é algo que ainda tenho que trabalhar comigo mesmo: ser mais fluido, trazer um pouco mais de poesia à minha vida, permitir um pouco mais de loucura. Aliás este é o toque do Osho sobre o meu nome: Champak, que é o nome de uma flor oriental.
      Mas, com essa minha maneira simples e objetiva, quando eu declaro que tenho Osho como meu mestre, antes de tudo eu tenho que saber o que significa essa declaração. O que significa ter Osho como mestre? 
      Na minha adolescência em Juiz de Fora havia um último ônibus às 2h da madrugada. Depois dele, tínhamos que voltar para casa a pé. Não havia outra alternativa.
      Eu sinto Osho como o último ônibus na minha caminhada. Depois dele, eu terei que caminhar sozinho. 
      Osho nos dá todas as ferramentas, todas as técnicas, todas as dicas, todos os esclarecimentos e nós diz: não acredite em mim, experimente e chegue às suas próprias conclusões. E quando conseguir estar de pé, centrado e puder caminhar sozinho, livre-se de mim. Siga só.
      Para mim, Osho é um sumo da verdade que está aí para ser absorvido, o máximo que for possível; para ser experimentado... Uma fonte permanente de inspiração e desafios.
      E Osho diz que na busca pessoal é fundamental que haja comprometimento, entrega total e responsabilidade para com um caminho; e acrescenta que se você misturar caminhos diferentes você não chega a lugar algum... Ele ainda diz que cada mestre tem suas próprias estratégias, sua maneira própria de seduzi-lo para encorajá-lo a dar o salto quântico... 
      Por tudo isto, eu sinto que se estou com Osho, não posso estar com ele, e ao mesmo tempo, estar com A, B ou C, ainda que eu perceba uma sintonia com outras mensagens, afinal o propósito de todos os mestres é o mesmo. 
      As palavras do Osho têm uma abrangência e profundidade, além de um poder imenso de esclarecer as questões desde as mais simples às mais complexas. 
      Só para dar um exemplo, em The Book of the Secrets, vol. 4, cap. 9, ele diz:

      “Não faça nada por sua conta, e não misture duas técnicas, porque o funcionamento delas é diferente, suas maneiras são diferentes, suas bases são diferentes. Elas conduzem ao mesmo fim, mas enquanto meios, são totalmente diferentes. Às vezes elas podem ser diametralmente opostas. Assim, não misture duas técnicas. Use a técnica como ela é apresentada.
      Não a mude, não a melhore – porque você não pode melhorá-la, e qualquer mudança que você traga para a técnica pode ser fatal.”

      O que se pode entender disso? Só uma coisa: que as suas técnicas não devem ser alteradas, não devem ser misturadas. Não é para se fazer uma montagem com metade da Dinâmica e metade da Kundalini, ou incluir um estágio, por conta própria, na seqüência de uma Nadabrahma. Resumindo, Osho quer dizer exatamente aquilo que ele está dizendo. Ele sempre foi absolutamente claro. Não há qualquer necessidade de querer interpretar as suas palavras. É simples: basta ouvi-las.
      Osho não falou para o povo dos anos 70 e 80 e agora está fora de moda e precisa ser adaptado pelos experts. Osho falou para as gerações que ainda vão nascer. Osho nos mostrou uma religiosidade sem religião que há de ser a visão do novo homem, do homem do futuro.
      Então, me perguntam: por que um Centro de Meditação Osho? Por que um centro oficialmente filiado a Puna? Não seria mais fácil simplesmente abrir um espaço de meditação sem os compromissos e obrigações que temos que assinar com a Osho Global Connections?
      E os contestadores mais ferrenhos ficam questionando: qual o sentido de estar filiado a Puna se Osho não está mais no corpo? quem são essas pessoas que estão administrando a comuna hoje? o que elas estão fazendo? por que dar satisfação a elas? etc, etc. 
      Para mim não interessa quem sejam os administradores de plantão da comuna do Osho em Puna, hoje chamada de Resorte Internacional; não me interessa se as suas decisões administrativas agradem A e desagradem B. 

      Para mim, o que conta é que ali, ao redor de Osho criou-se um campo de energia, um Buddhafield, que nas suas palavras, se estendeu por todo o mundo, através dos Centros, das comunas, dos sannyasins e de seus amigos (sobre isto, leia a seção de texto deste mês publicada no boletim). 
Da mesma forma que eu sinto a presença de Osho caminhando ao meu lado, quando estou em meditação, amoroso e com minha sensitividade aguçada, assim também eu sinto a diferença de energia quando eu medito em casa, no meu quarto e quando medito no salão do Osho Center, que é um espaço do Osho, devotado a ele, e proclamado por ele próprio como uma ramificação do Buddhafield criado ao seu redor.
      E quando eu medito com outras pessoas, 


Festa de Inauguração do Osho Center Brasília

a minha experiência é diferente de quando medito só. Além disso eu considero muito o que Osho disse a respeito dos seus Centros, comunas e ashrams. E ele sempre foi absolutamente claro. Não há qualquer necessidade de querer interpretar as suas palavras. É simples: basta ouvi-las. E o que ele diz sobre seus Centros?

      “Lembre-se de uma coisa: cada um de meus sannyasins carregam algo de mim, cada um de meus sannyasins se tornam uma parte de mim, espiritualmente, fisicamente, de todas as maneiras possíveis. Meus sannyasins não são crentes, eles estão num caso amoroso Isto é um fenômeno LOUCO!Onde quer que meus sannyasins se encontrem, a minha presença será sentida. Onde quer que meus sannyasins celebrem, a minha mensagem será percebida, porque celebração é a minha mensagem. 
      Dancem tão totalmente que seus egos se dissolvam e desapareçam. 
      Dance tão totalmente que o dançarino não esteja mais presente, mas apenas a dança permaneça. Então vocês me encontrarão, onde quer que vocês estejam.
      E agora, um fato tem que ser sabido e reconhecido: que meu Buddhafield não vai estar confinado a este pequeno local onde eu estou vivendo com uns poucos milhares de sannyasins. Todas as pequenas comunas, ashrams, centros em todo o mundo se tornarão pequenos Buddhafields. E isto pode ser feito: se você pegar algo da minha alegria, algo do meu amor, algo do meu riso, e levar consigo. Onde quer que você for, você estará levando a fragrância do Buddhafield até lá. Você estará levando sementes.”
                                                                 OSHO – Come, Come, Yet Again Come – Cap. 14

      Não é preciso ser mais claro. Da mesma forma que tornar-se sannyasin significa, entre outras coisas, uma declaração pública de que aceita e quer Osho como seu mestre, assim também é um Centro Osho. É declarar e assumir publicamente que este espaço é devotado ao mestre Osho, que está em sintonia com ele e que aceita as orientações que ele deixou para o funcionamento de seus Centros. É uma vontade de querer fazer parte desse Buddhafield.
      E sobre isso ele ainda diz:

      “Um mestre é de tremenda ajuda, e se o mestre também tiver um Buddhafield... Um mestre pode se movimentar sozinho, sem criar um Buddhafield. Para criar um Buddhafield, o mestre tem que criar milhares de discípulos. Ele tem que criar uma energia multidimensional na qual todos os tipos de pessoas contribuem, derramam sua energia. Ele tem que fazer um oceano de energia, tão tremendamente poderoso que qualquer um que entrar nesse oceano poderá ser transformado – algumas vezes apesar delas mesmas, algumas vezes sem mesmo elas saberem o que está acontecendo.  
      É fácil acontecer isto com um mestre. É ainda mais fácil acontecer isto com um mestre que tem um Buddhafield. E meu esforço é não apenas criar um Buddhafield aqui, mas criar pequenos oásis por todo o mundo. Eu não gostaria de confinar esta tremenda possibilidade a esta pequena comuna aqui apenas. Esta comuna será a fonte, mas ela terá ramificações por todo o mundo. Ela será a raiz, mas ela se tornará uma grande árvore. Ela vai alcançar todos os países, ela vai alcançar todas as pessoas que tenham o potencial. Nós criaremos pequenos oásis; nós já começamos a criar pequenas comunas e centros por todo o mundo.  
      Quase duzentas pequenas famílias já estão funcionando por todo o mundo, mas isto é apenas o começo. Milhares de comunas irão acontecer, uma vez que esta comuna se torne realmente e totalmente estabelecida. Isto irá criar um tal ímpeto, que irá criar uma vontade de que tenhamos muitas comunas por todo o mundo. E onde quer que meus sannyasins estejam juntos, eu estarei lá. Onde quer que eles estejam sentados em meditação, minha presença será sentida.  
      Assim, nós temos que criar a raiz e em seguida as ramificações. O mundo todo não pode vir até aqui, mas nós podemos enviar nossos mensageiros, nossos apóstolos; nós podemos enviar nossas ramificações para longe e para locais variados.Nós podemos cobrir toda a terra. Nós já estamos cobrindo toda a terra.  
      Isto tem uma imensa importância hoje, pois se isto não acontecer, a humanidade não terá futuro. O ‘velho homem’ já está morto, vocês estão carregando um cadáver. O novo homem é absolutamente necessário – somente assim esta terra continuará vivendo, somente assim este planeta permanecerá vivo.  
      E o homem tem a capacidade de renovar a si mesmo – de morrer para o passado e renascer. O homem tem a capacidade de ressurreição. Mas a terra hoje está quase como um deserto e pequenos oásis são necessários em todo lugar, de modo que aqueles que têm sede não possam dizer, ‘O que nós podemos fazer? A água não está disponível. Como poderemos saciar nossa sede?’ Nos temos que fazer com que Deus esteja disponível a todo buscador possível, em todo o mundo.”  
                                           OSHO – The Dhammapada – The Way of the Buddha – cap. 6

      E ainda há um outro aspecto que Osho apresenta a respeito da necessidade de criarmos Centros. E este é um aspecto que diz respeito a todos nós, sannyasins e amigos do Osho.

      “Todos os dias, pessoas vêm a mim com suas experiências. E quando elas relatam suas experiências, eu posso ver os seus medos, em suas faces e em seus olhos – elas estão com medo. Quando eu lhes digo que é um bom sinal que aquelas coisas estejam acontecendo, imediatamente o clima muda. Elas começam a rir e ficam felizes. Se elas puderem me ouvir dizer que ‘isto é lindo’, que ‘eu estou feliz com você’,que ‘você está crescendo de uma maneira legal’, imediatamente acontece uma grande mudança. Da tristeza, elas saltam para uma grande alegria. Nada mudou, a experiência delas é a mesma. Eu apenas lhes dei uma interpretação diferente. Elas estavam amedrontadas porque elas não sabiam.  
      Essas coisas não são para se acreditar ou desacreditar, mas simplesmente para serem guardadas na memória, de maneira que, se o momento chegar, você será capaz de interpretar corretamente – e a interpretação correta é de grande significância. Senão, a jornada interior se torna muito difícil. Existem muitos momentos nos quais a pessoa quer retornar e voltar para o mundo e ser normal.  
      A pessoa começa a sentir que algo anormal está acontecendo, e ‘anormal’ é uma palavra condenatória. E se você conversar com outras pessoas que nunca meditaram, elas lhe dirão, ‘Vá a um psicanalista ou a um psiquiatra. É melhor você fazer um check-up. Que tolice é esta que você está falando? Uma sensação de que está maior! Você perdeu a razão? Você disse que teve a sensação de que está subindo e que a gravidade desapareceu? Ou que ficou menor e menor e então desapareceu? Você está alucinando, você está sendo vítima de ilusões. Você tem que ir a um psiquiatra – ele vai endireitá-lo, ele vai consertá-lo’ (...)  
      Por isto, se algumas coisas acontecerem algumas vezes, procure sempre por pessoas que meditam. É por isto que eu estou insistindo tanto para que se abram centros em todo o mundo, de modo que os sannyasins possam meditar, e se alguma coisa acontecer, eles podem encontrar outros sannyasins, eles podem compartilhar suas experiências. Pelo menos haverá alguém compreensivo. Pelo menos haverá alguém que não irá condená-lo, que respeitará a sua experiência, que aceitará a sua experiência, que lhe dará esperança e inspiração, que lhe dirá, ‘Bom, vá em frente. Muito mais ainda vai acontecer.’ Um mestre é necessário somente por causa disso – alguém em quem você possa confiar, alguém que está simplesmente dizendo, ‘Isto é bom e você pode seguir em frente’, e você pode seguir em frente. A jornada é cheia de riscos.  
                                              OSHO – The Secrets of the Secrets – vol. 2 – Cap. 5

Fonte:https://www.oshobrasil.com.br/conexaodepoimentos42.htm

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