Osho: Tantra – o sexo sagrado
Para inaugurar o espaço do blog aqui no site, estou trazendo esse maravilhoso texto do Osho, que fala sobre o Tantra de uma forma simplesmente única.
Fique à vontade para deixar seu comentário ao final do texto, assim podemos debater sobre ele!
Por Osho; Beloved From My Heart, #17
O sexo é a energia mais vital – a única energia, eu digo, que você tem. Não lute com ela; será uma perda de vida e de tempo – ao invés disso, transforme-a. O sexo desaparece somente quando você o aceita totalmente – não suprimido, mas transformado. Mas como fazê-lo? Como transformá-lo? Mas como podemos fazer?
Eu lhe darei um método simples…
Enquanto faz amor, três coisas devem ser lembradas. Uma é: antes de fazer amor, medite. Nunca faça amor sem meditar, do contrário o amor irá permanecer sexual. Antes de encontrar a mulher, você deve se elevar no seu estado de consciência porque, então, o encontro irá acontecer num plano mais alto. Durante pelo menos quarenta minutos, sentem-se olhando para a parede com uma luz apenas muito suave de forma que dê um estado de mistério.
Sentem-se silenciosamente e não movam o corpo; permaneçam como uma estátua. Então quando vocês fizerem amor, o corpo irá se mover, então dêem a ele o outro extremo de primeiro ficar imóvel de forma que o corpo adquira o momentum para se mover profundamente. Então a urgência se torna tão vibrante que todo o corpo, cada fibra está pronta para o movimento. Somente então o orgasmo tântrico é possível. Vocês podem colocar uma música… música clássica funcionará; alguma coisa que dê um ritmo muito sutil ao corpo.
Torne a respiração tão lenta quanto possível porque, quando você faz amor, a respiração se torna rápida e profunda. Então, apenas continue diminuindo o ritmo, mas não o force, do contrário, ele se torna rápido. Simplesmente sugira que ele diminua. Ambos meditam juntos e quando ambos se sentirem meditativos, este é o momento de amar. Então vocês nunca sentirão tensão e a energia estará fluindo. Se vocês não estiverem se sentindo meditativos, não façam amor. Se a meditação não estiver acontecendo neste dia, esqueça tudo sobre o amor.
As pessoas simplesmente fazem o oposto. Quase sempre os casais lutam antes de fazerem amor. Eles se tornam raivosos, importunam um ao outro e trazem todos os tipos de conflitos – e então fazem amor. Eles caem muito baixo nos seus estados de consciência, então, é claro, o seu amor não pode ser muito satisfatório. Será frustrante e eles sentirão uma tensão.
A segunda coisa é: quando vocês estiverem fazendo amor, antes de começar, venere o parceiro e deixe o parceiro lhe venerar. Então, depois da meditação, venere. Fiquem um de frente para o outro, nus, e venerem um ao outro, porque o tantra não pode ser entre o homem e a mulher. Ele somente pode acontecer entre um deus e uma deusa. É gestual, mas muito significativo. Toda a atitude tem de se tornar sublime de forma que você desapareça. Toque o pé um do outro, coloque guirlandas de flores.
O homem se transforma em Shiva e a mulher é transformada em Shakti. Agora a sua humanidade é irrelevante, a sua forma é irrelevante, o seu nome é irrelevante; você é apenas pura energia. O venerar traz esta energia para o foco. E não finja. O venerar tem de ser verdadeiro. Ele não pode ser apenas um ritual. Existe muito ritual no tantra, mas o tantra não é ritual….
Então, no terceiro passo, vocês fazem amor. Mas deixem que o seu fazer amor se torne mais um acontecer do que um fazer. A expressão ocidental “fazer amor” é feia. Como você pode fazer amor? Não é uma coisa como fazer; não é uma ação. É um estado. Você pode estar nele mas não pode fazê-lo. Você pode se mover nele mas não pode fazê-lo. Você pode ser amoroso mas não pode manipulá-lo. Toda a mente ocidental tenta manipular tudo….
Quando fizerem amor, fiquem possuídos. Movam-se vagarosamente, toquem o corpo um do outro, brinquem com o corpo um do outro. O corpo é como um instrumento musical. Não fiquem com pressa. Deixem as coisas crescerem. Se vocês se movem vagarosamente, de repente, ambas as suas energias irão subir juntas, como se alguma coisa os tivesse possuído. Isto acontecerá instantânea e simultaneamente. Somente então o tantra é possível. Agora movam-se no amor….
Apenas sintam a energia descer sobre vocês e deixem esta energia ter o seu movimento. Algumas vezes, você começará a gritar: grite! Algumas vezes, você começará a dizer coisas: diga! Algumas vezes somente gemidos estarão saindo, ou alguns mudras, gestos; permita-os. Será uma coisa enlouquecedora, mas tem que se permitir. E não fique com medo, porque é através do seu permitir que ela está acontecendo. No momento em que você quiser parar, ela pára, então você nunca está além do controle.
E quando deus faz amor, é quase selvagem. Não existem regras, regulamentos. Move-se apenas no impulso do momento. Nada é tabu, nada é inibido. Seja lá o que for que aconteça naquele momento é bonito e sagrado; seja lá o que for, eu digo, incondicionalmente… Ninguém sabe o que irá acontecer. Vocês simplesmente são jogados no vórtex divino. Ele os levará, e os levará aonde ele quiser. Vocês simplesmente estão disponíveis, prontos para se moverem com ele. Vocês não o direcionam. Vocês apenas se tornam veículos. Deixem as energias se encontrarem nos seus próprios caminhos. O homem deve ser deixado do lado de fora disso – apenas pura energia. Vocês não estarão fazendo amor apenas através dos órgãos genitais; vocês estarão fazendo amor através de todo o corpo….
Se vocês meditam antes e então veneram um ao outro, não existe perigo; tudo se moverá corretamente. Vocês atingirão um pico de orgasmo que jamais conheceram. Algumas vezes o atingirão: um orgasmo muito grande no qual todo o corpo vibra e pulsa. Pouco a pouco, vocês alcançam um clímax; de novo vêm para baixo. Isto limpará todo o seu ser, todo o sistema. Às vezes, não haverá ejaculação, mas existirá orgasmo.
Existem dois tipos de orgasmo: o orgasmo do pico e o orgasmo do vale. No orgasmo do pico, você terá uma ejaculação e ela também terá uma ejaculação de algumas energias sutis. No orgasmo do vale, vocês não terão nenhuma ejaculação. Será um orgasmo passivo… muito silencioso. muito sutil. A pulsação estará presente, mas quase imperceptível. No orgasmo do pico, vocês se sentirão muito, muito extasiados. No orgasmo do vale, vocês se sentirão muito, muito em paz. E ambos são necessários; ambos são aspectos do tantra. Todo pico tem o seu vale e todo o vale tem o seu pico. Um pico não pode existir sem o vale ou vice-versa.
E quando isto acontecer e ambos vocês atingirem um profundo orgasmo, não saia para fora dela. Depois do orgasmo, permaneça dentro dela e descansem por alguns momentos. O descanso é muito, muito profundo. Depois de um orgasmo, um descanso é como um vale. Vocês alcançaram o próprio pico e agora têm de voltar ao vale. Ele é muito fresco e com sombras, e vocês descansam.
E realmente muita coisa acontece depois do orgasmo… o fundir-se, o derreter-se. Os corpos estão cansados, exaustos, exauridos. A mente está paralisada. É quase como um choque elétrico. Quando vocês saírem do seu estado de amor, novamente orem juntos; terminem com uma oração. A diferença é que, quando vocês meditam, você medita separadamente e ela medita separadamente, porque a meditação não pode ser feita juntos. A meditação é um esforço solitário. Não é um relacionamento. Então vocês podem estar meditando juntos mas ainda assim, vocês meditam sozinhos; você está sozinho e ela está sozinho.
Então venerem um ao outro. Novamente isto é diferente. O outro se torna o objeto da veneração. Então vocês fazem amor e se perdem por completo. Você não é você mesmo, ela não é ela mesma. Ninguém sabe quem é quem. Tudo é perdido num redemoinho de energia. A polaridade de homem e mulher não é mais uma polaridade; os limites se fundem, se misturam. Às vezes, você se sentirá como uma mulher e ela se sentirá como um homem. Às vezes, ela ficará por cima de você. Às vezes, você se torna passivo e ela se torna ativa e os papéis mudam. É um grande drama de energias. Tudo é perdido, abandonado. Então, vocês saem da experiência mais interior e oram juntos. Esta é a quarta coisa.
Apenas agradeçam a deus. E nunca reclamem. Seja lá o que acontecer, está certo. Não diga, “Isto não aconteceu. Isto deveria ter acontecido.” Quem somos nós? Ele sabe melhor. Então apenas agradeça a ele, seja lá o que acontecer; agradeça a ele com profunda gratidão. Inclinem-se e coloquem as suas testas no chão e permaneçam assim por alguns momentos em profunda gratidão.
A meditação é solitária. Na veneração, o outro é importante, e na oração, ambos oram para deus. Então, estas três coisas têm que estar envolvidas. Elas irão criar a ecologia na qual o tantra acontece. E uma vez por semana será o suficiente.
Se você estiver se movendo no tantra, então nenhum outro amor deve ser permitido, do contrário ele dissipa a energia. Mas sempre que vocês quiserem fazer amor, tenham certeza de que têm tempo suficiente. Não deve ser com pressa. Não deve ser como trabalho. É um jogo, brincadeira, e estas energias são tão sutis que, se vocês estiverem com pressa, nada acontece. O tantra não é um fragmento. Você não pode praticá-lo a menos que crie a situação. Ele é como uma flor….
Então, estas três coisas são jogar a semente, cuidar da planta, regá-la e estar continuamente atento a ela, sendo cuidadoso, protetor. Então, um dia, de repente – a flor do tantra irá acontecer.
Fonte:https://antargasha.com/osho-tantra-o-sexo-sagrado/
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