Osho: um guru de relacionamento politicamente questionável
Você já ouviu falar sobre o guru espiritual, Osho? Se ainda não, vem conferir a trajetória do homem que teve o visto negado em 21 países
Você já ouviu falar em Osho? Para quem não sabe, ele foi um guru muito influente na Índia conhecido (e ninguém disse que era de um jeito bom) no mundo inteiro.
De acordo com seus fiéis, Osho se tratava de um ser iluminado e cheio de energias boas. Além disso, alguns acreditavam, inclusive, que quando ele passava em algum lugar, sua energia era capaz de modificar a energia de quem estivesse ao redor.
Os ensinamentos de Osho ultrapassaram barreiras e desmistificaram alguns pensamentos tradicionalistas. Para muitas pessoas ele foi capaz de dar voz e vida para muitas ideias que antes eram reprimidas. Ideias essas como a relação dos seres humanos com a espiritualidade e o tabu do sexo.
Osho falava sobre amor, Deus e a capacidade de o ser humano de se iluminar e conseguir encontrar suas potencialidades. Por isso, é possível perceber que ele deixou um grande legado.
Enfim, vem com a gente aterrissar no universo de Osho.
Quem foi Osho?
Acima de tudo, Osho foi mais que um guru. Ele era considerado também como um mestre e um guia espiritual.
Para muitos, ele era o sinônimo de luz que ajudava o próximo a conduzir sua própria vida. Além disso, ele ficou bastante conhecido por ter desenvolvido técnicas de meditação bem interessantes.
Atualmente, muitas técnicas ainda são reproduzidas. Como por exemplo, Kundalini, Dinâmica, Nadabrahma, Nataraj, Mandala, Chakra Sounds entre outras. Logo, o legado desse guru é maior do que se imagina.
Osho não foi o seu único nome e nem mesmo o seu nome verídico. Na verdade, o nome do guro era Rajneesh Chandra Mohan Jain. Ele nasceu na Índia, no dia 11 de dezembro de 1931. Aliás, antes de virar um guru espiritual, ele foi professor de Filosofia e dava aulas na Universidade de Jabalpur, na Índia.
Além disso, foi na Universidade que Osho conquistou os seus primeiros seguidores. Isso porque, desde sempre, suas declarações para a época eram polêmicas a respeito das religiões tradicionais. Nesse período ele já era mestre na arte de meditação.
Após descobrir sua vocação como guru, na década de 60, ele largou tudo e foi percorrer a Índia com os seus ensinamentos. Com total dedicação, ele criou a Fundação Rajneesh. Dessa forma, essa Fundação se tratava de um movimento considerado uma mistura de diversas tradições da Índia.
Fundação Rajneesh
Ainda sobre a Fundação, ela se trata de um centro de meditação espiritual. Porém, após um tempo, esse centro ganhou contornos mais sólidos. Assim sendo, ele começou a realizar palestras, as quais ganhavam características de cultos de uma nova religião.
Em suas palestras, por exemplo, era comum Osho falar sobre o divino, explicar rituais, doutrinas e até escrituras religiosas. Além disso, o guru chegou a lançar livros sobre o assunto.
Naquele tempo, no entanto, ele era chamado por outro nome. Primeiramente, ele mudou seu nome de “Chandra Mohau Jain” para “Bhagawa Shree Rajneesh” ou Rajneesh, que significava “o senhor abençoado”. E foi exatamente, nesse período, em meados da década de 70, que seu acampamento recebia cerca de 100 mil pessoas por ano.
Aos poucos, então, o grupo foi ganhando fama internacional. Tanto que, em 1981, foi preciso transferir a Fundação para o deserto de Wasco, em Oregon, nos Estados Unidos. Até porque, ocorreram alguns conflitos com as autoridades indianas. Assim sendo, cerca de 2000 pessoas o seguiram para a América.
Essas pessoas eram guiadas pelos ideais de paz e liberdade por meio da meditação e livre expressão da sexualidade. A comunidade de Osho, então, cresceu e ganhou proporções inimagináveis.
Por isso, os seguidores do guro fundaram a cidade de Rajneeshpuram. Basicamente, essa cidade possuía seu sistema próprio de correspondência, centros comerciais, restaurantes e também um aeroporto.
O sucesso foi tamanho que Osho ganhou até apelido na imprensa. Devido aos seus ideais e ensinamentos um pouco diferentes do padrão, ele foi apelidado como o “guru do sexo”.
Guru do sexo
Osho ganhou esse apelido por acreditar e defender o liberalismo em relação ao sexo, o amor livre e pacífico. Inclusive, ele propunha uma maneira de se relacionar com a espiritualidade sem que fosse necessário negar os hábitos e vícios do mundo material. Como por exemplo, o sexo livre da contracultura.
Assim, o número de adeptos do guru mais controverso daquela época ultrapassou de 300 mil seguidores em todo o mundo. Os adeptos chegaram a ser chamadas de “neo-sannyasins”, pois se vestiam com roupas de tons laranja e vermelho e usavam colares de contas.
Além do mais, os seguidores de Osho eram identificados por seguir rituais de meditação bem diferentes dos populares. Enquanto a maior parte das pessoas medita em silêncio e em total concentração, os adeptos do guru gritavam, danças e se contorciam durante suas meditações.
Por causa disso e de outros atos pouco comuns das pessoas que o admiravam, o movimento em Oregon passou a gerar muito descontentamento na população local. Basicamente, começaram a surgir batalhas e conflitos políticos contra o movimento.
Os desentendimentos eram tão sérios e as violações legais da seita e de seus seguidores eram tamanhas que, em 1985, Bhagwan foi deportado dos Estados Unidos. Além disso, má fama de Osho se espalhou pelo mundo, ao ponto do guru ter sido negado em 21 países.
Assim, ele resolveu voltar para a Índia. Foi então que ele mudou de nome mais uma vez, adotando o apelido de Osho. A origem do nome vem do japonês e significa um alto sacerdote budista.
Apenas 5 anos de sua deportação, Osho morreu. No dia 19 de janeiro de 1990 o falecimento foi anunciado. Foi quando saiu a notícia de que o guro do sexo vivia de forma extravagante, cercado de joias, roupas luxuosas e uma coleção de automóveis Rolls-Royce.
O que marcou o pensamento de Osho?
Osho era diferente. Na verdade, ele era livre e contra os tabus. Tanto é que foi considerado pelo jornal londrino Sunday Times como uma das 1.000 personalidades mais influentes do século 20.
Apesar disso, sua comunidade passou por inúmeros conflitos políticos. Porém, mesmo assim, ele ainda deixou sua trajetória marcada como um movimento espiritual rico de ensinamentos.
Tanto é que a sensação de quem era praticante de sua seita, de modo geral, era de total gratidão a ele. Sobretudo, é muito raro encontrar algum tipo de ressentimento ou ódio para com o guru.
Em grande parte de seus ensinamentos, aliás, ele pedia para que as pessoas encontrassem o amor. “Minha palavra para oração é amor. Esqueça a palavra oração, substitua por amor”, pregava Osho.
Resultados dos seus ensinamentos
Livros
Osho já publicou mais de 600 livros. Além disso, a maioria deles estão traduzidos para o português. Dentre esses livros você encontra “O Caminho Perfeito” e “Amor, Liberdade e Solitude”.
Série
Após a morte do guru, os irmãos Chapman e Maclain Way produziram, através da Netflix, a série documental “Wild Wild Country”. Dessa forma, a série revisa a história da comunidade criada em torno do guru indiano Bhagwan Shree Rajneesh, mais conhecido como Osho.
A série possui seis episódios e explica com riqueza de detalhes os primeiros passos de Osho na liderança espiritual. Dessa forma, se trata de um programa rico em imagens documentais, reportagens da época e declarações de pessoas que estavam presentes durante as pregações do guru.
A série é altamente indicada para quem quer entender melhor sobre como foi toda a confusão política com relação a Osho. Ela retrata também com detalhes a parte obscura da história da comunidade nos Estados Unidos.
Frases marcantes de Osho
- Relacionamento significa algo completo, acabado, fechado. O amor nunca é um relacionamento: amor é relacionar-se, é sempre um rio fluindo, interminável.
- Sempre que houver medo, nunca tente escapar dele. Na verdade, siga as indicações do medo. É na direção delas que você precisa se movimentar. O medo é simplesmente um desafio.
- O amor é o fenômeno mais próximo da meditação: os amantes abandonam suas máscaras, são uma alma dentro de dois corpos.
- Compartilhar é uma das maiores qualidades espirituais. O milagre é que quanto mais você compartilha sua felicidade, mais você tem.
- Se você é capaz de ser feliz quando está sozinho, você aprendeu o segredo de ser feliz.
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Fontes: Nexo jornal, Eu sem fronteiras, Pensador
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